Andersen viveu no século XIX e criou histórias a partir de experiências de sua própria vida, misturadas a muita fantasia. Como conta a escritora e ilustradora Kátia Canton, ele é considerado o pai do conto de fadas moderno. Autora de Era uma Vez Andersen (Ed. DCL), em que reconta algumas histórias do dinamarquês, Kátia assim o define: “Ele utilizou alguma tradição de contos populares mas, em sua maioria, elaborou textos inéditos, que se ligavam a valores vivenciais próprios”. Ao todo, Andersen escreveu mais de 150 contos de fadas. Destes, apenas 12 foram baseados na tradição e em versões de histórias preexistente. “Todas as outras foram inventadas por ele”, conta Kátia em seu livro.
Para a autora, Andersen deve ser lido sempre, e desde cedo. “As crianças se encantam com a fantasia e precisam dela para se desligarem um pouco da ‘realidade’, das coisas do dia a dia”, diz. Kátia ainda chama a atenção para outro aspecto importante dos contos de Andersen: a expressão do sentimento de se sentir marginal, frágil – qual criança, em algum momento, não se sentiu como o Patinho Feio? “Ele sempre tratou de personagens que se sentem diferentes dos outros. As histórias, portanto, acabam ajudando as crianças a lidar com esse sentimento”.
Andersen dizia que sua própria vida era um conto de fadas. “Ele tinha vergonha por ser muito alto e ter traços considerados delicados e a voz fina. As pessoas não o compreendiam direito. Às vezes ficava muito nervoso com isso”. Não por acaso, nos contos de fadas de Andersen, o amor e a amizade sempre vencem. Como conta Kátia em seu livro, ele nasceu pobre e foi adotado por um homem rico até que, aos poucos, conseguiu reconhecimento público por seu talento.
Quem também estudou a obra de Andersen foram Mary e Eliardo França, respectivamente, escritora e ilustrador. Em 1989, eles foram à Dinamarca e conheceram os originais das obras do autor. Como diz Eliardo, um dos objetivos da viagem foi justamente sentir o “frio do Patinho Feio”. Para Mary, o animal representa o imaginário infantil. “As histórias de Andersen são aprovadas por gerações e gerações por que mexem com a imaginação. A gente vê o mundo tão tecnológico e aí estas histórias instigam a criatividade, são fantásticos, engraçados”.
Títulos mais divulgados de Hans Christian Andersen
O Patinho Feio
O Valente Soldadinho de Chumbo
Polegarzinha
Rainha da Neve
A Roupa Nova do Rei
A Princesa e a Ervilha
A Pequena Vendedora de Fósforos
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